O papel da classe trabalhadora nas eleições municipais do próximo dia 06

A Seção Sindical Campinas e Jaguariúna do SINPAF faz um chamamento para que a categoria participe ativamente das eleições municipais do próximo dia 6 de outubro, momento em que serão escolhidas(os) prefeitas(os) e vereadoras(es) em todos os 5.570 municípios do Brasil. Este é um momento decisivo para o futuro das cidades e para a proteção dos direitos da classe trabalhadora, além de ser fundamental na defesa das empresas públicas, como a Embrapa.

Eleger prefeitas(os) e vereadoras(es) comprometidas(os) com os direitos das(os) trabalhadoras(es) e o fortalecimento das empresas e dos serviços públicos como: saúde e saneamento básico; distribuição de renda e geração de trabalho; moradia para todas(os) em ambientes seguros; educação de qualidade; água limpa, alimentos saudáveis e preservação do meio ambiente; coleta e tratamento adequado do lixo; ciência e tecnologia; reforma agrária popular; agricultura familiar, agroecologia e produção de alimentos sem agrotóxicos; transporte coletivo de qualidade e acessível; programas sociais; mais segurança e menos violência; dentre outros, é um dever de cada um de nós. 

Além disso, estas eleições terão um impacto direto na eleição presidencial de 2026. Prefeitas(os) e vereadoras(es) eleitas(os) em 2024 desempenharão um papel estratégico na construção do cenário político que influenciará o futuro do Brasil. É por meio dessas lideranças locais que fortaleceremos a defesa da democracia, dos direitos sociais e dos interesses da classe trabalhadora e de um país mais justo, sem preconceito, com mais diálogo e menos intolerância.

Por tudo isso, antes de votar, procure conhecer muito bem o histórico da(o) candidata(o) mas, principalmente, do partido. Lembre-se que o voto vai primeiro para o partido e depois para a(o) candidata(o).

Nesse sentido, a título de contribuição, compartilhamos um artigo muito interessante do Frei Betto e um quadro sobre como os partidos políticos votaram nos Projetos de Lei contra o meio ambiente e as comunidades tradicionais.

Participe! O seu voto faz diferença!
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Frei Betto: eleição municipal
Convém ter presente que na eleição o nosso voto vai, primeiro, para o partido e, depois, para o candidato

Revista Opera, artigo disponível em 
https://revistaopera.operamundi.uol.com.br/2024/09/29/frei-betto-eleicao-municipal/#

Candidato, vocábulo que deriva de cândido, puro, íntegro. A ingenuidade de muitos candidatos se desfaz quando, convidado a concorrer às eleições, acredita que, se eleito, não será “como os outros” (quantos não disseram isso no passado; e hoje…) e prestará excelentes serviços ao município.

O que poucos candidatos desconfiam é que servem de escada para a vitória eleitoral de políticos que criticam. Para se eleger é preciso obter quociente eleitoral – aqui reside o pulo do gato. 

Cândidos eleitores imaginam que são empossados os candidatos a vereadores que recebem mais votos. Ledo engano. João pode ser eleito ainda que receba menos votos que Maria. Basta o partido de João atingir o quociente eleitoral.

É muito difícil um único candidato obter, sozinho, votos suficientes para preencher o quociente eleitoral. A Justiça Eleitoral soma os votos de todos os candidatos do mesmo partido, mais os votos dados apenas ao partido, sem indicação de candidato.

Se você pensa em votar em João, por exemplo, fique de olho. Pode ser que ele sirva de degrau para a ascensão de candidatos cuja prática política você condena, como a falta de ética, o oportunismo ou o fundamentalismo. Enquanto não houver reforma política, o sistema eleitoral funciona assim: muitos novos candidatos reelegem os mesmos políticos de sempre!

Saiba que escolher o partido é mais importante que escolher o candidato. Votar de olho somente no João pode resultar, caso ele não seja eleito, na eleição de outro candidato do partido. 

Como alerta o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, “mais frequente é a derrota e a frustração de pessoas bem-intencionadas, porém desinformadas. Ao se apresentarem como candidatas, elas mobilizam familiares, amigos e vizinhos para a campanha. Terminadas as eleições, percebem que sua votação só serviu para engordar o quociente eleitoral do partido ou da coligação… Descobrem, tarde demais, que eram apenas ‘candidatos alavancas’”.

Convém ter presente que o nosso voto vai, primeiro, para o partido e, depois, para o candidato.

Hoje, devido aos vícios de nossa estrutura política, muitos partidos não seguem os programas que adotam, e raros candidatos conhecem as propostas contidas nos documentos dos partidos que lhes dão apoio. E nem todos os candidatos são tão sinceros como aquele de Goiás que, candidato a deputado estadual, declarou sem o menor constrangimento: “Quero mesmo é melhorar a minha vida pessoal.”

São muitos os candidatos que, na verdade, não se importam, uma vez eleitos, em representar os eleitores. Tornam-se representantes de corporações (religiosas, empresariais, contraventoras…) que os elegeram canalizando recursos financeiros à campanha. Diz o ditado que, no Brasil, quem vota é a pessoa física, mas quem elege é a pessoa jurídica…

Portanto, vote sem ingenuidade. Vote consciente! Vote para mudar e melhorar! Vote em candidatos progressistas sem vínculos espúrios com milicianos, torturadores, misóginos e oportunistas. Vote a favor da maioria – o heróico, sofrido e trabalhador povo brasileiro!

(*) Frei Betto é escritor, autor de “O marxismo ainda é útil?” (Cortez), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org

Quadro publicado em https://arvoreagua.org/politica/como-cada-partido-votou-no-pacote-da-destruicao-ambiental

Ainda dá tempo de fazer a inscrição para o segundo módulo do curso de formação política e sindical, Consciência e Luta de Classe, iniciativa da SSCJ

Formulário disponível em https://forms.gle/v7rF7snVtHYhZqWa6

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